1 de junho de 2011

|Entrevista| Alinne Moraes fala à Contigo! sobre relacionamentos, trabalho e amigos

Share & Comment
Antes de brilhar no tapete vermelho do Festival de Cinema de Cannes, atriz fala à Contigo! sobre relacionamentos, trabalho e amigos
Por Mariane Morisawa, de Cannes

Paula Perrier
Foto: Paula PerrierFim de tarde de terça-feira (17) em Cannes, litoral sul da França. Alinne Moraes, 28 anos, está tão disposta que nem parece ter enfrentado 16 horas de voo, atraso na entrada do hotel e longa sessão de maquiagem e cabelo antes de receber CONTIGO! no quarto em que se hospedou na cidade, onde participou pela primeira vez de um dos festivais de cinema mais badalados do mundo a convite da marca de cosméticos L'Oréal Paris, da qual é garota-propaganda.

A atriz posou para fotos antes de falar, por mais de uma hora, sobre relacionamento amoroso - ela está namorando o empresário Felipe Simão, 30, mas é discreta sobre o assunto -, sobre como lida com dissabores da vida e seus muitos projetos: a macrossérie O Astro, o lançamento dos filmes O Homem do Futuro, com Wagner Moura, e Heleno, com Rodrigo Santoro, e, por fim, a produção da peça Doroteia, de Nelson Rodrigues, que estreia no fim do ano.

Jodie Foster declarou aqui em Cannes que faz terapia por meio dos personagens. Você segue o método?
Sim, aprendo muito com a dor e com a felicidade dos personagens. E com o público também. É coisa divina e parece que, quando estou passando por certa situação, a personagem chega. Por exemplo, minha mãe me criou praticamente sozinha, meu pai morava longe. Então minha primeira personagem, uma mãe solteira, quando eu era adolescente, foi uma bênção para mim, porque consegui entender a dificuldade e as emoções da minha mãe. A Luciana de Viver a Vida me ensinou a parar, a respirar mais, a observar mais, a ser mais cautelosa.
Em relação a quê?
Com 28 anos a gente é muito impulsiva. Quer e quer na hora. E tudo tem um tempo, não depende só da gente. Tudo pode acontecer a qualquer  momento, a gente nunca sabe o dia de amanhã.
E faz terapia?
Fiz a partir dos 17 anos, há um ano e pouco parei. Acho que essas personagens todas são muito diferentes. Foi uma autoanálise.
O que a faz chorar?
Choro com a dor e a  história dos outros. Eu me comovo muito com as outras pessoas. Comigo mesma, não consigo. Se não estiver trabalhando, coloco uma música para aliviar. Mas normalmente vou fazer isso quieta, sozinha. A dor é muito particular. Os outros podem até ajudar a compreender, confortar. Mas sua dor não tem como  dividir. Por isso a gente é única, sozinha...
E segura o choro...
Sempre acho que a minha desgraça não merece meu choro. Acho que há coisas muito piores para chorar. Sempre sou muito prática. Muito pé no chão. Prática  e realista.
Mas divide as dores com seus amigos?
Conto da minha maneira, talvez não chore. Sou um pouco mais fechada em relação a sentimentos. Tenho o maior pudor em expor minhas mazelas. Faço isso com meus personagens. Sou muito tímida, não conseguiria fazer um arquivo confidencial.
Como lida com o fim de um relacionamento?
Fim de relacionamento...  Eu resolvo muito no fim, né (risos)? Não tem muito por que sofrer depois que acabou! Sou prática, mas as pessoas não entendem. Namorei cinco anos, três anos, dois anos... Fiquei pouco solteira. E vivo intensamente todas as relações. Terminei porque acabou mesmo. Eu não me apego muito. Sou muito desapegada, até com as minhas dores.
Mas uma coisa é você chegar à conclusão de que aquela relação terminou. E quando é o outro quem termina?
A relação termina por causa  dos dois. Pode até ter um pouco mais de um ou do outro. Mas ninguém namora ou termina sozinho. Sempre tem uma conversa, não é? Ou briga. Se bem que eu não brigo. É óbvio que tem discussão, desentendimento. Mas, se é para brigar, não estou junto. Gosto de namorar porque está gostoso, porque estou feliz. E porque esqueço que sou sozinha. Parece triste, mas é verdade. Todos somos assim. É que ninguém  consegue visualizar isso. Não gosto de dividir minha solidão. Gosto de estar apaixonada sempre.
Está namorando?
(Pensa um bocado)... Faz parte, né? Se estivesse triste e chorando... Estou, óbvio, muito feliz. Olhe meu sorriso! Estou namorando e muito feliz. É isso!
Você disse que não fica muito tempo solteira. Gosta de relacionamento longo?
Gosto dos relacionamentos profundos. Não sei se o outro vai me dar profundidade, a gente nunca  sabe. Mas me entrego muito.
A questão da beleza foi fundamental para você na peça Doroteia. É um tipo de culpa que carrega, ser bela?
Talvez a partir dessa personagem eu pare de me  esconder como me escondo.
Como assim?
Com 12, 13 anos, não gostava de chamar atenção. E, quando você é modelo, é reconhecida pelo porte,  pelo jeito que anda, pela maquiagem, pelas roupas...
E a beleza...
E a beleza! Nunca gostei de ser a observada, e sim de observar. Então acho que me preservo um pouquinho demais. Fui mais moleca para ficar mais perto dos meninos e eles não me encherem tanto o saco. Fiquei mais apagada perto das meninas para poder entrar no grupo...
Você está cheia de projetos. O próximo é O Astro?
Sim! Serão quatro meses da nova versão de uma novela de 1977/78, que fez muito sucesso. Estou empolgadíssima. É uma personagem grande e que vai marcar muito, diferente do que já fiz. Ela tem uma digital forte, como todas as personagens que faço, mas tem leveza. É praticamente uma Audrey Hepburn em Minha Querida Dama (comédia romântica dirigida por George Cukor, lançada em 1964).
E no cinema?
Tem O Homem do Futuro, do Cláudio Torres, em que faço par romântico com Wagner Moura. Admiro  muito o trabalho dele. E o Heleno, um trabalho mais denso, que conta a vida do jogador nas décadas de 1940 e 1950.  
E como administra, então?
A gente vai tentando. Gosto muito do que faço. Realmente me encontrei na carreira. É uma coisa que agradeço todos os dias, peço para não tirar de mim, nunca. E gosto de me aliviar em casa, que é  meu templo. Tenho meus cães, meu pomar. Gosto muito de ser dona de casa. São as coisas de que eu mais gosto na vida.
Você cuida da casa?
Cuido mesmo! Varro! As pessoas chegam em casa e eu estou varrendo. E, se meus amigos tiram a vassoura de mim, não sei o que faço. É a mesma coisa de dizerem que não  sei varrer. E eu sei varrer muito bem. Ninguém tira a vassoura de mim (risos).

82271-alinne-moraes-2-originalClique nas fotos para ampliar
alinne-moraes-010611Sem título 1hfSem título 2Sem título 3Sem título 4Sem título 5Sem título 6Sem título 7





Posts Relacionados
Tags: , , ,

1 Comentários:

Roberta disse...

as fotos ficaram lindas!adorei a entrevista ;)

 
Copyright © Alinne Moraes Fãs | Designed by Templateism.com