28 de novembro de 2009

A Luciana de Alinne Moraes

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"Ela é uma menina muito alto-astral, com grande vontade de viver. Depois do acidente, preciso canalizar toda essa energia para as cenas”, diz


O esforço por uma carreira internacional como modelo, em segundos, se reduz à vida sobre uma cadeira de rodas. E as passarelas, a partir daí, são os corredores de hospitais e as salas de fisioterapia. A rotina da personagem Luciana, interpretada por Alinne Moraes em "Viver a Vida", foi transformada em um drama de espremer os nervos do espectador desde que o ônibus em que ela viajava, na Jordânia, rolou barranco abaixo em uma cena memorável para a teledramaturgia moderna. Luciana acordou rodeada por médicos jordanianos e com um diagnóstico devastador: ela teria de lutar muito para não ficar tetraplégica.

A dor e a revolta de Luciana, garota de comportamento complicado antes mesmo do desastre, não alteram mas seguram a média dos bons 38 pontos de audiência da novela de Manoel Carlos. De "escada" para Helena, de Taís Araújo, a Luciana de Alinne Moraes vira a carta da vez. E a vida de flores escrita por Manoel Carlos acaba aqui.
Os holofotes sobre Alinne cobram seu preço. Cada cena e cada diálogo, a partir de agora, pedirão uma dramaticidade intensa. Sai a menina saltitante, imatura e cheia de afetações típicas do mundo da moda para surgir a garota inundada por indignações. "Luciana é uma menina muito alto-astral, com grande vontade de viver. Depois do acidente, preciso canalizar toda essa energia para as cenas em que ela mostra a mesma força, só que imóvel. Já me emocionei várias vezes", conta a atriz.

Sem muito tempo de sair às ruas para conferir a repercussão de seu trabalho, Alinne considera sua Luciana uma experiência "transformadora em todos os sentidos". "Acredito que cada personagem é uma passagem, um degrau para se chegar ao outro. A Luciana é um desafio. Sinto-me muito honrada e mergulhei de cabeça nos estudos e na vida da personagem. Vamos contar uma história linda e verdadeira."

A atriz conta que fez várias descobertas durante os quatro meses em que se preparou para a novela. "Trabalhei o corpo e conversei com várias pessoas sobre o assunto. Eu era completamente leiga." E sua descoberta não deixa de ser curiosa: "Cada pessoa que vive com esse problema na vida real é diferente, lida com o problema de uma maneira individual. Isso me dá muita liberdade para trabalhar a Luciana do meu jeito."

A consultora de empresas Flávia Cintra, 36 anos, cadeirante desde os 18, é uma das fontes usadas por Alinne para compor a personagem. Flávia conta que sempre envia e-mails para tirar dúvidas da atriz. "Discutimos muito sobre o padrão de beleza e como as pessoas acreditam piamente que o cadeirante é uma pessoa triste. Tudo por causa da cadeira. A cadeira é o símbolo da invalidez, mas ela irá passar por isso aos poucos. Luciana vai lidar com a impotência, a necessidade de ter as pessoas mais próximas e depois descobrirá a sensualidade. A personagem vai crescer nesse aspecto", diz Flávia.

Empolgada com o papel e com os desdobramentos que a história de Luciana terá, Alinne acredita na função social da trama, uma das fortes marcas do autor Manoel Carlos. "Acho que a novela poderá não só ajudar as pessoas com deficiência, mas abrir os olhos daqueles que desconhecem o drama." Sem saber detalhes do que está por vir, Alinne diz que quer ter surpresas. "Estou aberta e acho ótimo me surpreender conforme chegam as cenas. A emoção está viva."


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