9 de agosto de 2012

Revista Avianca: A Bela e a Fera

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O estúdio de fundo branco infinito ganha aconchego com uma luz fraca e ambiente. A mais famosa valsa do austríaco Johann Strauss, Danúbio Azul, embala os passos de todos que trabalham na produção desta capa. O fotógrafo Luiz Tripolli - o fera- calmamente fuma seu cigarro enquanto ajusta os equipamentos que minutos depois registrarão para sempre seu primeiro encontro com Alinne Moraes - a bela.
Íntimo da tecnologia, Tripolli dá um passo a frente da câmera para um autrorretrato ao lado de sua nova musa. Comandos no teclado disparam os cliques enquanto os dois divertem-se com o clima de sedução. "Vamos enlouqucer mais", dispara Tripolli. E ele pede que a música clássica dê lugar a Jamiroquai. Alinne rebeldemente bagunça o cabelo. 
O estúdio vai ao delírio. O resultado é um registro histórico dos dois para a capa desta edição, que traz a química entre fotógrafo e fotografado para o primeiro plano. 



Alinne Moraes não começa o dia sem café preto. Faz balé há oito anos por hobby e ouve música clássica quase todos os dias - também ama jazz e MPB. Acredita em Deus e que somos escravos da própria criação. "Você é seu Deus", afirma. Mora em uma casa na zona oeste do Rio de Janeiro cercada de verde e natureza. Tem pé de limão, lichia, banana, manga e tomate. Dois cachorros e um gato. Nunca imaginou que seria atriz, mas sim policial, advogada, médica ou, quem sabe professora. Hoje é um pouco de tudo.
E nesse momento é Doroteia, peça em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo. Com direção de João fonseca, o texto foi escrito em 1949 por Nelson Rodrigues e narra questões sobre sexo, amor e família. "Doroteia é prostituta e perdeu o filho enquanto trabalhava. Culpada, decide não chamar mais atenção, parar de separar casais, não ser desejada", conta Alinne. Para o papel, a atriz declara que foi uma folha em branco para que Fonseca pudesse desenhar, dirigir, e apresentá-la à personagem. "Entrei em cena com meu trabalho e minha intuição na última semana de ensaio", lembra.

Alinne é Doroteia no teatro, foi Lili na novela O Astro, Sílvia no filme Heleno, e será Kátia na série "Como aproveitar o fim do mundo", que estreia em novembro, na Globo. Na sua opinião, todas essas formas artísticas estão conectadas e são dependentes. "A televisão é o imediato, pede improviso. Em um dia são gravadas 40 cenas. Já no teatro você se aprofunda no texto e mergulha cada dia mais. Conversa com a plateia e sente sua energia. O cinema eterniza. Com mais calma, é uma arte de duas cenas por dia. Um dá experiêcia ao outro", diz Alinne.


Como se brincasse copm um fantoche, ela empresta seu corpo, voz e sentimentos aos personagens - sempre mantendo distância. "Envolver-se com o personagem é loucura. É preciso saber tudo o que está acontecendo", opina. Atriz desde os 17 anos, quando estreou na televisão com a novela "Coração de Estudante", Alinne impressiona-se quando vê a invasão de padrões da moda nas telas. Mulheres cada vez mais magras e com menos expressões faciais. "Você precisa das rugas e marcas para emocionar alguém. Ninguém se identifica com um robô. É preciso ser filha para ser mãe e, depois, avó. O caminho que algumas mulheres seguem hoje é errado - e vicia", lamenta.


Aproveitando cada fase de sua vida e guardando as suas marcas, Alinne completa 30 anos no dia 22 de dezembro. Isso se a profecia do fim do mundo não se confirmar um dia antes. Ela nem percebeu o tempo passar. Inquieta, já morou no Japão, França, Itália, Alemanha, Espanha e Estados Unidos quando começou a carreira de modelo na adolescência. Ainda sonha conhecer outros cantos do Planeta. Turquia, Marrocos, Croácia - lugares que tragam novas perspectivas e olhares. a bela não é consumista, mas gasta sem pensar com viagens e um bom prato de comida.


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