16 de agosto de 2003

Aline Moraes atribui às cenas sutis a boa acolhida do casal gay

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16/08/2003

Na fase inicial de Mulheres Apaixonadas, Aline Moraes evitava falar sobre o homossexualismo de Clara. Na verdade, nem mesmo o autor Manoel Carlos e o diretor Ricardo Waddington confirmavam para a atriz que a personagem era homossexual. A tática de revelar paulatinamente para o público que as colegas Clara e Rafaela eram mais do que "boas amigas" surtiu efeito. Após 160 capítulos da trama de Maneco, a dupla vivida por Aline Moraes e Paula Picarelli angariou a simpatia do público e já entra para a história das novelas como o casal gay mais bem acolhido pelos espectadores brasileiros. "Sinto pela reação da maioria das pessoas que elas torcem para a Clara e a Rafaela ficarem juntas. Isso aumenta a responsabilidade de viver esta personagem", afirma.
Para Aline, a novela não ter cenas de intimidade explícita entre Clara e Rafaela foi um dos pontos que contribuíram para o casal agradar ao público. A atriz lembra, por exemplo, que em Torre de Babel, em que Cristiane Torloni e Silvia Pfeiffer viviam as lésbicas Rafaela e Leila, o casal já era visto tomando banho logo no primeiro capítulo e que isso pode ter contribuído para a rejeição das personagens. "Não ter sacanagem entre a Clara e a Rafaela ajudou, porque até mesmo uma mão fora do lugar pode agredir determinadas pessoas", acredita a atriz.
Aline também ameniza a expectativa se vai rolar ou não um beijo entre as personagens. Na verdade, um beijo explícito entre duas mulheres nunca aconteceu em novelas brasileiras e seria um marco na história do gênero. O próprio Manoel Carlos já declarou que seria uma honra se isso acontecesse em Mulheres Apaixonadas, mas que nada está decidido. Aline afirma que muitas pessoas perguntam e criam expectativa em torno do afamado beijo, mas que isso não é o mais importante para ela. A atriz considera maior mérito o fato de estar discutindo o assunto através da novela e o público estar acompanhando a dificuldade de um casal de homossexuais manter um relacionamento longe de preconceitos. "Mas lógico que seria bacana se rolasse o beijo e faria sem problemas", assume.
Antes de aparecer na trama de Manoel Carlos, Aline garante que estava se preparando para ver a sua agenda de compromissos diminuir. Ela acreditava que o fato de viver uma homossexual pudesse afugentar propostas para anúncios, capas de revistas e entrevistas. Mas logo percebeu que aconteceu justamente o contrário. "Estou sendo muito requisitada para vários trabalhos e está difícil de ter folga até no domingo", conta. Aline, no entanto, revela que não sabe até que ponto a boa aceitação do público em torno do homossexualismo feminino abordado em Mulheres Apaixonadas é realmente para valer. "Queria que fosse algo verdadeiro das pessoas e não uma modinha de dizer que não é preconceituoso", pondera. A atriz também já pensou muito sobre até que ponto o homossexualismo de Clara, que na trama vai fazer 18 anos, pode influenciar as pré-adolescentes. "Discutir o assunto não influencia em nada. Como modelo, convivo com homossexuais desde os 12 anos e nunca me senti incentivada", argumenta.

(parana-online) 
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