17 de agosto de 2003

Atriz revela sutileza ao viver homossexual

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17 de Agosto de 2003

Com a personagem Clara, Aline Moraes ganhou a simpatia popular


Na fase inicial de "Mulheres Apaixonadas", Aline Moraes evitava falar sobre o homossexualismo de Clara. Na verdade, nem mesmo o autor Manoel Carlos e o diretor Ricardo Waddington confirmavam para a atriz que a personagem era homossexual. A tática de revelar paulatinamente para o público que as colegas Clara e Rafaela eram mais do que "boas amigas" surtiu efeito.

Após 160 capítulos da trama de Maneco, a dupla vivida por Aline Moraes e Paula Picarelli angariou a simpatia do público e já entra para a história das novelas como o casal gay mais bem acolhido pelos espectadores brasileiros. "Sinto pela reação da maioria das pessoas que elas torcem para a Clara e a Rafaela ficarem juntas. Isso aumenta a responsabilidade de viver esta personagem", afirma.

Para Aline, a novela não ter cenas de intimidade explícita entre Clara e Rafaela foi um dos pontos que contribuíram para o casal agradar ao público. A atriz lembra, por exemplo, que em "Torre de Babel", em que Cristiane Torloni e Silvia Pfeiffer viviam as lésbicas Rafaela e Leila, o casal já era visto tomando banho logo no primeiro capítulo e que isso pode ter contribuído para a rejeição das personagens.

"Não ter sacanagem entre a Clara e a Rafaela ajudou, porque até mesmo uma mão fora do lugar pode agredir determinadas pessoas", acredita a atriz.

Aline também ameniza a expectativa se vai rolar ou não um beijo entre as personagens. Na verdade, um beijo explícito entre duas mulheres nunca aconteceu em novelas brasileiras e seria um marco na história do gênero. O próprio Manoel Carlos já declarou que seria uma honra se isso acontecesse em "Mulheres Apaixonadas", mas que nada está decidido.

Aline afirma que muitas pessoas perguntam e criam expectativa em torno do afamado beijo, mas que isso não é o mais importante para ela. A atriz considera maior mérito o fato de estar discutindo o assunto através da novela e o público estar acompanhando a dificuldade de um casal de homossexuais manter um relacionamento longe de preconceitos.

"Mas lógico que seria bacana se rolasse o beijo e faria sem problemas", assume.

Antes de aparecer na trama de Manoel Carlos, Aline garante que estava se preparando para ver a sua agenda de compromissos diminuir. Ela acreditava que o fato de viver uma homossexual pudesse afugentar propostas para anúncios, capas de revistas e entrevistas. Mas logo percebeu que aconteceu justamente o contrário.

"Estou sendo muito requisitada para vários trabalhos e está difícil de ter folga até no domingo", conta. Aline, no entanto, revela que não sabe até que ponto a boa aceitação do público em torno do homossexualismo feminino abordado em "Mulheres Apaixonadas" é realmente para valer.

"Queria que fosse algo verdadeiro das pessoas e não uma modinha de dizer que não é preconceituoso", pondera.

A atriz também já pensou muito sobre até que ponto o homossexualismo de Clara, que na trama vai fazer 18 anos, pode influenciar as pré-adolescentes. "Discutir o assunto não influencia em nada. Como modelo, convivo com homossexuais desde os 12 anos e nunca me senti incentivada", argumenta.

Com apenas duas novelas no currículo - ela estreou na tevê em "Coração de Estudante", como a mãe solteira Rosane, em 2002 -, Aline garante que se sente incomodada quando escuta insinuações até dos próprios colegas de que o sucesso da personagem Clara tem a ver muito com a sua própria beleza. Este é um dos motivos, aliás, que faz com que a atriz rejeite as várias propostas que vem recebendo para posar nua.
TRAJETÓRIA FASHION - Dona de uma boca carnuda e expressivos olhos verdes, Aline Moraes se interessou pela carreira de modelo aos sete anos. Mas só aos 12 anos, quando mudou-se com a mãe da cidade natal Sorocaba para São Paulo, ingressou na carreira.
Com um mês de contrato com a agência Elite, Aline já estava fotografando para a grife Ellus. Não demorou para fazer carreira internacional e até os 18 anos morou em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e em países como França, Alemanha, Itália, Espanha e Japão. Entre os trabalhos mais importantes, está a campanha que fez aos 15 anos para o perfume 5th Avenue, de Elizabeth Arden, em Nova Iorque.

Em meados de 2001, decidiu voltar para o Brasil para prestar vestibular para arquitetura em São Paulo. No entanto, o plano foi abandonado quando surgiu inesperadamente a oportunidade de se tornar atriz. O diretor Ricardo Waddington recebeu um book da agência Marilyn com várias fotos de Aline e adorou. Logo, convocou a modelo para fazer um teste na Globo para viver a personagem Rosane em "Coração de Estudante". Ela era mãe solteira, cursava Agronomia e criava o filho em uma república de estudantes.

(Jornal Vale Paraibano) 
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