Alinne Moraes interpretou sua primeira vilã em Duas Caras |
28/05/2008 - 18h05
Do PopTevê
De lá para cá, porém, muita coisa mudou. Na novela que termina neste sábado, dia 31, Sílvia gritou, chorou, esperneou, manipulou, traiu e até tentou matar uma criança -Renato (Gabriel Sequeira), o filho de seu noivo Ferraço (Dalton Vigh). Com tanta elucubração maligna em mente, não demorou para que ela desbancasse Ferraço (Dalton Vigh) como o grande vilão da história. "Fiz uma vilã sem querer. Se ela fosse má desde o início, tenho certeza de que não teriam me chamado", alfineta.
Ciente de que Sílvia colocaria as manguinhas de fora e deixaria até os menos ortodoxos de cabelo em pé, Alinne tomou uma decisão. A atriz de 25 anos que confessa já ter sido preconceituosa em outros papéis, resolveu apostar todas a fichas na loucura da personagem. "Esta é a primeira novela em que não questiono o que é certo ou errado. Meus preconceitos não podem influenciar a trajetória da Sílvia dentro da história", pondera.
Partindo do princípio de que o grande problema da personagem é não saber amar, Alinne confessa que, no início, teve dificuldades em exteriorizar uma carga tão negativa. "A raiva é mais difícil. Às vezes meu olho fica vermelho em cena de tanta raiva que tento passar", diz. A sensualidade, que ficou mais marcante ao longo do tempo, também foi novidade para a atriz, que jamais havia trabalhado o "appeal" desta forma. "Além de psicopata, a Sílvia se revelou uma ninfomaníaca. Nem paro para pensar. E acho que é isso que me favorece", avalia.
Trajetória
No início de "Duas Caras", porém, Alinne sofreu. Ao abrir os jornais, lia que estava dura em cena, que a voz estava horrorosa e que a atuação estava carregada nas tintas. Mas não mudou de rumo. "Tinha certeza de que ela poderia virar uma vilã. Quando li a cena em que ela perdoa o Ferraço ao descobrir suas falcatruas, percebi que estava no caminho certo", pontua. Acostumada também à simpatia do público, Alinne percebe outro tipo de reação nas ruas desde que Sílvia mostrou suas garras. Quando ri para as pessoas, elas mandam que ela jogue a risada para outro lado. "Quando estou de mau humor, dizem que estou levando a personagem para casa", conta, aos risos. Ser tratada de forma ríspida, então, já virou rotina.
Um bom exemplo é uma campanha que a atriz fez para uma marca de jeans no Sul do país. Dia desses ela caminhava pelo Projac quando um profissional gráfico que também participou do trabalho lhe de uma notícia: os outdoors com sua foto foram rasgados, principalmente no rosto. "Fiquei muito feliz com isso! Aliás, não recebi nenhuma carta nesta novela. As pessoas devem estar me odiando muito", diverte-se ela, já imaginando um final para Sílvia. A atriz acha que matá-la seria óbvio demais e aposta em uma recuperação. "Matar um personagem como a Sílvia é agir da mesma forma que um psicopata agiria. Seria justo mostrar como se trata este problema", sugere.
Assim que a novela terminar, Alinne deve livrar-se das franjas marcantes de Sílvia por conta de seu contrato com uma empresa de cosméticos. "Quando não estou no ar, fico com o cabelo que eles querem", explica. Já em julho, ela deve começar a ensaiar uma peça, cujo texto ainda não está definido. Mas, para livrar-se de vez da "carga explosiva" de Sílvia, Alinne, que já fez participações em "Os Normais" e "Minha Nada Mole Vida", diz que pretende fazer comédia. "Não sou escrava da beleza, então não tenho problema em deixar as pessoas me fazerem de palhaça", encerra, sem preconceitos.
(Televisao/UOL)
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