Alinne Moraes: Trabalho como modelo e, em muitos momentos, me vi nas cenas ao ver a personagem tendo que provar algo além da beleza. Parece que a gente tem que se enfear para ser de acordo com o que acham certo. Eu vejo a Dorotéia tentando se coagir para não instigar o desejo alheio.
U: O que mais chamou a sua atenção neste texto rodriguiano?
A.M.: Eu me apaixonei porque fala de beleza, pecado e hipocrisia. Além disso, é uma peça difícil, que tem drama, comédia e farsa.
U.: O que você acha que Nelson quis passar para o público com essa narrativa?
A.M.: Acho que muitas mulheres são até machistas querendo que as pessoas se apaguem para não chamar a atenção. A Dorotéia sofre justamente por tentar se adequar socialmente, naquele meio de suas primas viúvas. E o texto fala justamente da beleza colocada à frente de qualquer outra questão.
U.: Muito tem se comentado, e com razão, da expressão facial de “Dorotéia” nas últimas cenas. Como você trabalhou a criação desse semblante?
A.M.: É uma boca
torta e tento mostrar o rosto de maneira mais irregular por meio de
expressões facial e corporal. Até usamos um pouco de maquiagem, mas a
transformação se dá no comportamento mesmo. Tenho que sentir o que está
acontecendo. É algo que vem de dentro pra fora.Dorotéia
Gênero: Drama
Direção: João Fonseca
Onde: Teatro Raul Cortez (Rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista – São Paulo,SP)
Data: Até 14 de outubro
Alinne Moraes é Dorotéia, uma linda jovem que, em busca de uma vida longe da prostituição, bate à porta das primas viúvas, interpretadas por três atores homens. Para as senhoras, a feiura é a representação da pureza e ela terá de sofrer uma transformação radical para ser aceita. Alinne confirma seu talento e, ao final do espetáculo, surpreende toda a plateia.
Vendas: www.ingressorapido.com.br.
Ingressos: de R$ 60 a R$ 70.
Fonte
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