26 de fevereiro de 2015

Atualizado| Revista RG: A mãe do ano

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Postado em 9/5/14  |  Atualizado com os scans e editorial na íntegra. Obrigada a nossa visitante 'Rosa' por gentilmente nos enviar por email.








Aqui vale uma pequena introdução: para o mês das mães, eis a mãe do ano, Alinne Moraes. Que, na maior gentileza, nos recebeu em sua casa, no seu momento mais íntimo, para nos deixar assim, felizes, boquiabertos. Para escrever o texto, convidamos o pai do bebê, o cineasta Mauro Lima. Outro gentil, que usou de sua notória habilidade narrativa para fazer um registro bem solto desse momento do casal - agora uma família, com dois cachorros e o Pedro. Bem-vindo, garoto. Você deu sorte, seus pais são legais pra caramba.

SEXO, PAMPERS E ROCK'N'ROLL, por Mauro Lima

Há quase dois anos, no então Dia dos Pais, publiquei no Instagram, logo abaixo uma foto do meu finado pai, uma felicitação que dizia algo como ("algo como" é porque estou com alguma preguiça de chafurdar o aplicativo até achar a foto certa): "Um feliz dia pra quem tem pai, pra quem tem filho e pra quem não os tem". Na ocasião, eu me enquadrava nessa última classe. Entretanto, no próximo Dia dos Pais, vou observar minha própria mensagem de outro espectro. Já serei pai de um menino e a mãe é a moça cuja beleza estampa esta que vocês folheiam.

Revisando o parágrafo anterior já detecto uma fanfarronada da minha parte; ficou parecendo que as fotos dela ilustram o meu texto. Obviamente não é isso, mas o contrário. O ensaio dela veio antes do meu texto e as imagens têm vida suficiente pra dispensar essas mal traçadas. A verdade é que o meu amigo, também, editor, teve essa ideia e eu achei simpática. É um bom registro desse momento. Afinal, meu filho já aparece aqui protegido por ventre bonito e bem pronunciado, como um papagainho de pirata às avessas. Claro que já fiz um monte de registros eu mesmo, mas, de longe, não sou bom fotógrafo como o Daniel e não tenho o Juliano nem o Zuel em casa todo dia.

Muito bem, a missão que recebi é a de produzir um texto de coisa de 5 mil caracteres (com espaço, eu espero). Não sou jornalista, portanto, quando me deparo com atribuições dessa natureza, invariavelmente mergulho num flashback do ensino secundário; as infernais "redações de tema livre" e o proverbial "branco" atravessando o córtex. À mão livre, a gente sempre podia aplicar o velhíssimo truque da caligrafia "obesa". Lamentavelmente, com a ferramenta word count isso não se faz mais possível. Porra, Jeff... Você podia usar uma fonte maior... assim meio "Armless john". Eu não conto pra nenhum colaborador. Nem pra Rô... Enfim, afora tentar golpetas mequetrefes, fico tentando ter ideias e o prazo vai me atravessando a criatividade como na janela de um TGV. Sei que posso criar mais volumes do que a Divina Comédia despejando loas à minha amada, o fato é que ela própria não acha isso criativo. Ela já fez alguns ensaios com textos dedicados À sua graça, beleza, sensualidade e talento. E, é bem verdade, também já assinei textos pra editoriais com atrizes com quem já trabalhei. O caso aqui é outro, eu poderia irritar o leitor inundando páginas com a baba viscosa de um homem apaixonado. Acho que esse nem seria o perfil desta publicação, mas o de um folhetim romântico voltado para donas de casa dos anos 1950. Conclusão; enquanto escrevo tento descobrir o que diabos estou fazendo... E suspeito que o mais  desatento  leitor será capaz de perceber isso. Parafraseando (e subvertendo) o autor Kurt Vonnegut: "Se você acha que meu texto está uma bagunça, imagine como estão as coisas aqui dentro".

Além do que já disse aqui, conjecturei também que meu filho pode, num futuro próximo, ter uma experiência sensorial interessante e nova (ou velha) ao ver as fotos da mãe, segurando, tateando e folheando, em vez de olhar para um amontoado de milhões de pixels, todos organizados na tela de um telefone. Pixels já são o presente, mas, honestamente, me foge o romantismo. Segurar o passado nas mãos vai ser algo parecido com o que faço hoje com fotografias dos meus pais casando ou de férias no Marrocos. Um dromedário, golas de camisa Cacharel, botas de couro marrom e coisas assim. A inegável beleza que existe na desbotadura, nas cores minguantes, no cheiro de emulsão fixadora fabricada num laboratório que encerrou suas atividades. É como ouvir uma gravação de Julie London, dos irmãos Walker ou da voz da Norma Bengell. Nao sei se consigo descrever bem... O fato é que ficamos entusiasmados com a tecnologia futurista, mas a emoção real nasce na memória. É o que nos faz humanos. O futuro é uma sequência de abstrações em fila indiana. Pra mim, Deus está no passado.

A aparente convicção nas minhas palavras, por outro lado, não tranquiliza muito a minha ansiedade. Nas atividades de pré-natal me sinto o Tom Hanks num filme ruim. Com a mesma frequência que leio artigos sobre paternidade, recorro a fotografias que baixei do Google; todas da bela Anita Pallemberg e do feio Keith Richards, ambos carregando seus pequenos em viagens mundo afora. "Sexo, Pampers e rock'n'roll". Pra me ambientar, faço minha a memória do Keith. Bazofa minha, nem li a biografia. É que fico querendo me encontrar nessa imagem mais do que num anúncio de automóvel de quatro portas. Espelho de página dupla, contendo homem, mulher, crianças e um cocker spaniel. Mas a (nada) dura realidade é que já temos o carro de quatro portas e não um, mas dois cães... e três gatos.

Enfim, é só uma impressão juvenil de que responsabilidade envelhece. Mas nosso filho não tem nada a ver com responsabilidade e nem envelhecimento e sim com amor... E também a expressão "juvenil" já não pode me qualificar há algum tempo. De toda forma, eu espero não precisar reunir a nós e os animais todos no carro ao mesmo tempo. Nem o Keith Richards seria capaz de algo assim. Bem, na verdade não sei. Acho que já vi meu irmão fazendo isso.

Alinne responde para Jeff Ares


RG: Alinne, gravidez é mesmo a coisa mais louca do planeta?
Alinne Moraes: É a coisa mais longa do planeta!
RG: O bebê tem um nome de celebridade (Apple, zabelê, Kryptus Há...) ou um nome de bebê, bebê mesmo?
AM: Nome de bebê mesmo; tipo que na natação vai ter mais uns quatro; Pedro.
RG: A gravidez dá mais vontade de rir ou chorar?
AM: Rir e chorar.
RG: Seus desejos gastronômicos são sofisticados ou esdrúxulos? Exemplos, por favor?
AM: São calóricos, vão desde pastel de feira a eclair de Baileys.
RG: Você aproveitou os pequenos poderes da gravidez?
AM: Furo fila até em banheiro de festa. Principalmente em banheiro de festa.
RG: Dá pra ser sexy com barrigão?
AM: No fim é um pouco difícil, mas não impossível.
RG: Deu uma vontade louca de trabalhar ou você quer é sossego e toda a licença que puder existir? E depois, já tem um próximo projeto (desculpa usar esse termo, rs)?
AM: Zero vontade de trabalhar (risos), só aguardando ansiosa a chegada do Pedro. Provavelmente em agosto divulgarei dois longas: Tim Mia e O Vendedor de Passados.
RG: O pai dá pinta de que vai trocar fralda?Ou há certo risco de fuga?
AM: Ele já aprendeu a trocar até fralda de pano, mas existe altíssima probabilidade de fuga.
RG: O que seu filho vai ser quando crescer?
AM: Livre.
RG: E que mãe você quer ser quando crescer?
AM: Tranquila.

RG: Perguntei se ela queria fazer autoperguntas. Ela quis:
AM: No útero ele tá mais pra boxe tailandês ou ioga?
AM: Ioga tailandesa.
AM: Como pretendem lidar com o assédio do paparazzo?

AM: Ioga tailandesa.




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3 Comentários:

Anônimo disse...

não tem a entrevista integral?Não consegui comprar a revista no periodo,não estão mais vendendo,pensei q aqui fosse o local que pudesse ler ela inteira.Se puder,postem.Adoro o blog.Bjos

Blog AMF (Adm) disse...

Eu tb não consegui comprar :(

Anônimo disse...

Oww,ok então obrigada mesmo assim

 
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