24 de março de 2004

"Quero estudar interpretação", diz Aline Moraes

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Alinne Moraes quase não acreditou quando ouviu do autor João Emanuel Carneiro que Moa, sua personagem em Da Cor do Pecado, guarda um grande segredo na trama. A informação foi absolutamente idêntica à que recebeu do autor Manoel Carlos antes do início de Mulheres Apaixonadas, onde interpretou Clara.

Durante os primeiros meses da novela das oito, a atriz sequer imaginava que o famoso mistério envolvia a amizade da personagem com Rafaela, vivida por Paula Picarelli. Por isso, prefere não arriscar nenhum palpite sobre a trajetória da surfista. "Fiquei naquela expectativa com a Clara até descobrir que ela era homossexual. Agora, sabe lá o que vem pela frente", imagina, escancarando um sorriso que não esconde uma pontinha de receio.
Depois do trabalho em Mulheres Apaixonadas, Alinne não pensava em voltar à tevê tão cedo. A atriz já tinha programado estudar interpretação, algo que ainda não teve oportunidade de fazer nos dois anos de carreira. E só aceitou adiar o projeto porque está convencida de ter belas aulas diárias nos bastidores da tevê.
"Mas assim que terminar a novela, vou estudar. Já estou cansada desta coisa de 'Graças a Deus, deu certo'", exagera. A preocupação com a trajetória profissional, aliás, fica evidente em poucos minutos de conversa. Alinne acha que só consegue dar vida a suas personagens sem nenhuma técnica por acreditar muito na história que está contando. Mas tem medo de, um dia, a "mágica" não funcionar. "Não sei bem o que acontece comigo. Sei que acontece. Acho que é porque sou apaixonada pelo que faço", justifica.
Para viver Moa, no entanto, a atriz teve de encarar umas aulinhas nada convencionais. A maratona para tentar desenvolver uma habilidade ao menos parecida à que a personagem demonstra sobre a prancha não foi nada fácil. "Olhando, parece que é fácil. Mas até ficar em pé na prancha levei dias", conta Alinne, rindo de si mesma. Antes das aulas oferecidas pela Globo, a atriz contou com a ajuda do namorado, Cauã Reymond, que vive o Thor na mesma novela. Amante do esporte, o ator ensinou-a a furar onda e a remar sobre a prancha, além de ajudá-la a buscar uma expressão corporal condizente com os praticantes do surfe. "Mas é lógico que a total confiança para tentar surfar só fui ter com o professor", destaca a esforçada aluna.
Entre o final da Clara, de ,Mulheres Apaixonadas, e o convite para viver Moa, Alinne teve apenas dez dias de férias, curtidos em Fernando de Noronha. No restante do tempo, já começou a se enturmar com o universo da personagem. Ela destaca a relação de Moa com Sal, o menino de rua interpretado por Thiago Martins, como o lado mais intenso do trabalho. "Apesar do tom bem-humorado da novela, a história deles é dramática e forte", ressalta Alinne, que tem sua própria teoria para a identificação da surfista com o garoto. "Ela enfrenta um certo preconceito entre os surfistas por ser mulher. E ele também, por ser um menino de rua, mas surfa melhor que todos os outros", avalia.
Apesar da paixão que Sal nutre por ela, no entanto, Moa vai viver um curto romance é com Apolo, na verdade Paco, vivido por Reynaldo Gianecchini. E pode ser que se envolva também com Thor, personagem do namorado. Embora não tenha uma opinião formada sobre a possibilidade de transpor o romance da vida real para a telinha, Alinne admite que está adorando contracenar com Cauã. "Batemos o texto juntos e, às vezes, saímos e chegamos nos mesmos horários", conta.
Aos 21 anos, Alinne dá mostras de sobra de que sabe exatamente o que quer da carreira, iniciada em Coração de Estudante. A estréia no teatro, por exemplo, é um desejo que ela guarda para o momento certo. "Não vou abrir uma bilheteria com meu nome para as pessoas irem ver o mesmo que faço na televisão", garante, incisiva. Enquanto não se considera devidamente preparada, Alinne prefere manter os pés bem fincados no chão.
"Tenho de parar para respirar e me situar um pouco. Minha carreira aconteceu muito rápido. Não posso me dedicar a uma coisa da qual talvez não dê conta", conclui, com uma consciente tranqüilidade.

Nas ondas do acaso

Alinne Moraes diz que nunca foi muito de "correr atrás" das coisas. Mas também nunca desperdiçou nenhuma das oportunidades que apareceram em seu caminho. Foi assim com a carreira de modelo, que começou aos 12 anos e a levou a passar temporadas em países como França, Alemanha, Itália, Espanha, Japão e Estados Unidos. O "método" se repetiu com a vida artística, iniciada por acaso, graças a um convite do diretor Ricardo Waddington.
Na época da produção da minissérie Presença de Anita, Ricardo esteve na agência Marilyn para fazer testes com algumas modelos que já trabalhavam como atrizes. O final do trabalho coincidiu com a volta de Aline à agência depois de sete meses em Paris. "O pessoal fez a maior festa lá, porque não me via há muito tempo. Acho que ele pensou que eu fosse uma top, sei lá, aquilo chamou a atenção dele", lembra, aos risos.
O fato é que Ricardo não se esqueceu do rosto de Alinne e a convidou para um teste para a novela Coração de Estudante. "Cheguei lá com um texto decorado, mas a gente bateu um papo e ele disse que o papel era meu", conta, orgulhosa. Interpretando a mãe solteira Rosana, Alinne acredita que algumas coincidências com sua própria trajetória a tenham ajudado a ganhar o trabalho. Filha de pais separados, ela foi criada só pela mãe. Além disso, como a personagem, viveu em muitas repúblicas na época em que era modelo. "A personagem era pequena, mas cresceu bastante e me rendeu o convite para Mulheres Apaixonadas, pondera.

Instantâneas

# Antes de atuar em Mulheres Apaixonadas, Alinne Moraes fez uma participação no seriado Os Normais, interpretando uma modelo. "Foi o máximo, porque sou fã da Fernanda Torres", confessa.
# Alinne Moraes é do tipo que não consegue ficar muito tempo sem trabalhar. "Fico logo incomodada", revela.
# Alinne Moraes e Cauã Reymond se conhecem desde os 14 anos de idade, quando trabalharam juntos como modelos. Mas o namoro só começou no Projac, há quase um ano e meio.
# Alinne Moraes nasceu em Sorocaba, no interior de São Paulo.
# Da Cor do Pecado é a primeira novela de Alinne Moraes que não é dirigida por Ricardo Waddington, que ela considera seu "descobridor".
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