27 de novembro de 2007

Revista Isto É Gente: Atrás da própria história

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Atriz que despontou na tevê interpretando uma lésbica em horário nobre da Globo, ALINNE MORAES conta como a separação dos pais mudou sua vida e revela como foi rever o pai há três meses, depois de passar 10 anos sem encontrá-lo





Quando Alinne Moraes surge na tevê, encarnando a surfista Moa de Da Cor do Pecado, fica difícil desviar a atenção. O rosto iluminado por grandes olhos verdes e apimentado por lábios carnudos tem o poder de hipnotizar até quem não é fã de novela. Ela conhece seu poder. “É óbvio que a beleza me ajuda, a mocinha linda de olho claro vende”, diz. Atrás de tanta beleza, porém, há uma história de
vida surpreendente. “Quem me vê bonitinha assim, não imagina”, brinca a atriz, de 21 anos, que alcançou o sucesso, ano passado, ao interpretar na Globo a lésbica Clara de Mulheres Apaixonadas. De uma família humilde de Sorocaba (SP), Alinne cresceu ajudando nas tarefas domésticas e apren deu a driblar a ausência do pai, o fotógrafo Luís Orlando Moraes. “Isso já me deu muita tristeza, mas aprendi a lidar com essa falta”, diz. “É como alguém que nasce sem um braço e aprende a viver assim.”

Alinne passou 10 anos sem ver o pai, que se separou e se afastou da mãe da atriz, a professora Ana Cecília Dorelli, quando a filha tinha 2 anos. Há três meses, uma amiga do pai armou um encontro entre Luís e Alinne, que viajou até a casa dele, em Londrina (PR). “Foi bacana, não foi uma coisa fria”, diz ela, que assegura não guardar mágoa. Ambos trocaram e-mails e alguns telefonemas por seis anos. “Não me cobro sentir mais ou menos do que sinto. Tenho carinho por ele.” Luís não entra em detalhes sobre a separação. Diz que sempre se culpou pela ausência na criação da filha. “A Alinne ficou no meio de uma briga”, diz. “Para vê-la, tinha que encontrar a mãe dela, com quem a relação era complicada. Achei melhor me afastar.” A primeira tentativa de reaproximação por parte de Luís foi em 2000. Alinne viajava pelo mundo como modelo, o que dificultou um encontro. Mesmo a distância, Luís acompanhava a trajetória da filha – tem fotos do início da carreira de modelo. Em Londrina, Alinne se surpreendeu ao vê-las. E Luís emocionou-se ao ouvir a atriz chamá-lo de pai. “Pela primeira vez pude abraçar minhas duas filhas, uma em cada braço”, conta ele, que é pai de Taís, 12, de outro casamento.


Apesar do reencontro, pai e filha não querem se apressar e consideram o fato um primeiro passo. Impressiona a maneira como Alinne fala do assunto, sem demonstrar abatimento: “Nossa relação é como sempre foi: distante”. Já com a mãe a história é outra. Na época professora numa escola de Sorocaba, Ana Cecília deixou o emprego para acompanhar a filha nas viagens como modelo. O zelo, porém, teve uma leitura deturpada pela então adolescente Alinne. “Ficava irada, minha mãe era um gasto a mais. Gastava com hospedagem, alimentação e acabava não trazendo dinheiro”, lembra ela, que irritava-se ao recusar convites para noitadas. “Enquanto outras meninas de 15 anos saíam e se embebedavam, eu estava com a minha mãe. Achava um saco. Mas por causa dela, não sou uma drogada.”

A carreira de modelo começou aos 13 anos, na cola de uma amiga. No primeiro teste, foi escolhida para uma campanha da Ellus. “Foi estranho me ver em outdoors. Logo eu, o patinho feio da escola”, diz. “Era a mais alta, magrela, sem peito nem bunda. Me chamavam de vassoura e de bocão Royal”, conta, referindo-se à propaganda de uma marca de gelatina. Um ano depois, estava no Japão. Lá, não encontrou trabalho e retornou ao País em quatro meses. O mercado estava tomado por novos rostos e a carreira de Alinne estacionou. O efeito do declínio repentino foi problemático. “De repente, eu não era mais ninguém. Me perdi totalmente. Perdi a essência, o meu jeito autêntico de ser”, diz. “Para me encaixar no mercado, fiquei um bom tempo sendo o que a moda queria.”

Assim Alinne manteve-se mais cinco anos como modelo, entre Nova York, Paris e Milão. Até que, em 2001, fez um teste para ser a protagonista da minissérie Presença de Anita e não passou. Mas a performance valeu o convite para Coração de Estudante. “Quando vim para o Rio ser atriz, me encontrei. A beleza pode ter sido minha aliada quando eu trabalhava com moda, hoje não é mais”, conta. “Deixei o salto e voltei a usar chinelos. Parei de ouvir techno porque era moda e passei a ouvir MPB, porque gostava.”

Longe pela primeira vez da mãe, ela espanta a solidão ao lado de Cauã Reymond, 23, o Thor de Da Cor do Pecado, com quem namora há um ano e sete meses. Além de dividirem uma cobertura no Recreio dos Bandeirantes, trabalham juntos. “Não há nada melhor do que, nos intervalos das gravações na praia, ficar ao lado dela, admirando o mar”, diz Cauã. Os dois se conheceram há seis anos, mas Alinne só se interessou pelo rapaz quando, em 2002, cruzou com ele no Projac. “Consegui o telefone dele e mandei um torpedo: ‘Me liga, gatinho’.” Cauã não ligou, achando que ela estava apenas querendo curtir enquanto ele procurava uma relação séria. Mas quando se encontraram de novo, ele não resistiu ao convite dela para jantar. “Alinne é a minha metade, a poesia do meu dia. É maravilhoso juntar a minha energia com a dela”, diz ele, que presenteia a amada com flores fora de datas especiais. “Ele é a pessoa ideal, o homem da minha vida”, devolve Aline.

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